História da Gata Borralheira
No conto tradicional, a fada madrinha apareceu para ajudar a Gata Borralheira a preparar-se para o baile, já no conto de Sophia de Mello Breyner, a madrinha oferece a Lúcia um “passaporte” para uma vida de futilidade.
Na versão infantil, a Gata Borralheira vivia com a sua madrasta, pois o seu pai tinha morrido, ao contrário da versão moderna, onde Lúcia vivia apenas com o seu pai e com o seu irmão, devido à morte da sua mãe.
No primeiro baile a que foi, a Cinderela encontrava-se incrivelmente bonita, ao contrário de Lúcia, que ia vestida com um vestido que não lhe assentava bem, e calçada com uns sapatos velhos e estragados.
Em ambas as versões do conto, a Gata Borralheira vivia com dificuldades. Na primeira versão, a sua madrasta e meias – irmãs abusavam dela e tratavam-na mal; na segunda versão, Lúcia e a sua família viviam com problemas financeiros. Mas tanto no conto tradicional como no conto de autor, a Gata Borralheira assiste a uma melhoria na sua vida. No primeiro, porque a Cinderela encontra o seu príncipe e vai viver com ele para o seu castelo; no segundo, porque Lúcia vai viver com a sua tia, onde lhe é oferecida uma vida onde a falta de dinheiro não é um problema, o que lhe permitiu casar com um homem rico, dar-se com as classes sociais mais elevadas e, automaticamente, estar presente em todas as festas e eventos importantes.
No primeiro baile, a perda do sapato, brilhante e bonito, de Cinderela foi o factor que a conduziu ao seu príncipe encantado, já a perda do sapato, velho, feio e bolorento, de Lúcia foi o factor que a conduziu a escolher a vida de futilidade oferecida pela sua tia.
No fim, a Cinderela vive feliz para sempre com o seu príncipe, ao contrário de Lúcia que morreu de síncope cardíaca, quando voltou à casa onde decorreu o seu primeiro baile, e viu perdido tudo aquilo por que trabalhou para pertencer a uma classe social mais elevada. Quando se olhou ao espelho e viu a mesma imagem, pálida e triste, que viu na noite do seu primeiro baile, Lúcia não consegue fugir ao destino...
3 comentários:
Gostei de ver que os alunos de Eixo, neste caso a Ana, se dedicam ao propósito da escrita, e não se importam de a partilhar, pois ela é fundamental para o desenvolvimento de inúmeras potencialidades, como é disso exemplo a organização de ideias. Parabéns à autora do texto e espero que apareçam mais textos. Estarei deste lado para os ler ;)
Parabéns à aluna Ana Bastos pelo excelente trabalho de escrita.
parabéns, escreves muito bem.
Enviar um comentário