quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Boas Férias com Boas Leituras!

A equipa da Biblioteca Escolar deseja a todos boas férias com 
boas leituras!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


A “QUESTÃO DE IGUALDADE - ASSOCIAÇÃO PARA A INOVAÇÃO SOCIAL” é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 2008 por uma equipa multidisciplinar, a qual pretendeu conjugar os seus saberes e experiências com o intuito de desenvolver acções concertadas de desenvolvimento e inovação social que assegurem a participação, intervenção e representatividade de todos os indivíduos, de modo a potenciar a erradicação de todas as formas de discriminação e a criação de uma sociedade mais igualitária.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Homens já se atrevem a ter profissões de mulheres por HELENA NEVES 08 março 2009
Trabalho. Empregos em Portugal ainda são divididos pelo sexo Trabalhou nas obras e até vendeu peixe, mas agora é 'manicure' Manuel e Henrique são dois dos homens que em Portugal se atreveram a escolher profissões até à pouco tempo dominadas por mulheres: um é manicure e outro educador de infância. Aos 28 anos, Manuel Varela, desafiado pela mulher, começou com sucesso a arranjar unhas. Apesar de, inicialmente, ter achado uma ideia "disparatada", por considerar que "não era um trabalho adequado para homens", agora defende-a com orgulho e diz que é a profissão da sua vida. Quando iniciou o curso de Manicure, Manuel era o único aluno no meio de tantas mulheres. "No início do curso achavam estranho estar lá um homem, mas depois começaram a achar normal e, apesar de gozarem, ajudavam bastante", contou, admitindo também que nunca se sentiu incomodado. Vindo de Cabo Verde para Portugal aos cinco anos, começou a trabalhar aos 18. Trabalhou nas obras, vendeu peixe, pintou barcos e foi motorista, mas confessa que, inconscientemente, sempre teve um cuidado especial com as mãos. "Sempre usei luvas para trabalhar, fosse nas obras, a vender peixe ou a pintar barcos. Era para as mãos não gretarem." O manicure da Amadora confessa que nunca fala da sua nova profissão aos amigos e por vezes até os desafia a adivinharem o trabalho que faz, mas até agora nunca acertaram. O jovem de 31 anos dá sempre conselhos às suas clientes e admite que a sua cor preferida é o vermelho, porque "fica muito bem nas unhas". Por outro lado, Henrique Santos, de 37 anos, há 15 que luta contra o instinto maternal das colegas de trabalho, para provar a sua capacidade como educador de infância. Henrique foi o segundo homem a tirar o curso de Educação de Infância na Escola Superior de Educação de Lisboa, mas continuam a ser poucos os que se aventuram numa carreira ocupada em 97,2% por mulheres. Há dois anos que Henrique trabalha num jardim-de-infância da rede pública, na Póvoa da Galega, concelho de Mafra, e confessa que nem tudo foi fácil. "Tive sempre de provar e comprovar que as minhas opções pedagógicas tinham alguma razão de ser e que eram coesas, concretas e justificadas", disse. O educador contou que no início da sua formação as colegas tinham a ideia de que era "favorecido" por ser homem, mas Henrique sempre pensou o contrário e que pagou por não ter o "instinto maternal" da maioria das colegas. Com alguma mágoa recordou os tempos de estudo: "Tive algumas dificuldades e tive momentos no curso em que senti que havia uma espécie de esforço conjunto dos professores para nos empurrarem para fora." Se Manuel e Henrique se atreveram a entrar em profissões tipicamente femininas, as mulheres também estão a ganhar terreno aos homens em muitas profissões. E já entraram em domínios masculinos: entre eles a estiva e o trabalho em minas . LUSA

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Noticias fresquinhas: "Treixo" já saiu...

Entrevista à Drª Graça Gonçalves -Lugar dos Afetos-  
realizada pela equipa do jornal escolar


Ana Brinca (7ºA)

– Hoje estamos cá para conhecer um pouco a doutora Graça Gonçalves e o seu Lugar dos Afetos. Agradecemos a disponibilidade e a gentileza de nos receber.

Joana Fernandes (7º A)

– Sabemos que é médica. Como lhe surgiu esta paixão pelos livros e pela escrita?

Graça Gonçalves

– Há tantos médicos que escrevem...tantos… logo o exemplo de Miguel Torga. Tem relação entre a escrita e alguns temas da área da medicina. Sabem, como médica, eu fui confrontada com algumas situações complicadas. Tive doentes toxicodependentes, com anorexia, com sida...eu tentei fazer um trabalho nos livros, por isso é que lá tu encontras a presença de temas como a gravidez, o nascimento, a sida, a alimentação, uma ponte com a área da medicina. Mas, mais do que isso, tentei construir um espaço onde fosse possível ajudar... a evitar situações como a gravidez na adolescência, a evitar a toxicodependência, e, portanto, nós temos um espaço, que é o Lugar dos Afetos, onde diariamente se fazem trabalhos na área da prevenção, para não chegar a acontecer...Isto passa muito por vários jogos de afetos, mas sobretudo pelo "Gostarzinho", pelos outros também, mas no "Gostarzinho", desde muito pequeninos, abordam temas como a resolução de conflitos, escolhas, decisões, enfim...dão-lhes a possibilidade de fazer escolhas de maneira a que possam ser o mais felizes possível...

Ana Brinca

– Conte-nos um pouco do ser percurso até ao nascimento do Lugar dos Afetos.

Graça Gonçalves

– O meu percurso... Assim rápido? É difícil...Eu fui trabalhadora-estudante, comecei a trabalhar muito cedo...Vou começar um bocadinho antes. Eu nasci em Lisboa e, quando os meus pais se separaram, eu vim para casa dos meus avós. Em Lisboa, eu comecei de uma maneira muito diferente. Eu comecei com aulas de balé, quase a tempo inteiro, no Teatro D. Maria II e, depois, noutras vertentes da dança. Eu tenho alguns anos, para não dizer muitos, na área da dança; depois comecei a trabalhar aos catorze anos, e enquanto trabalhadora-estudante, eu realizei vários trabalhos. Mas, a dada altura, eu sou professora, e fui professora durante quase cinco anos. Nessa altura, eu criei um grupo de teatro. Como é que isto se liga com o resto? Já vão perceber... Eu também gosto de cozinhar e já vão ver como isto se encaixa tudo! Estamos a falar de uma pessoa que gosta muito de dança, sem dúvida nenhuma, gosta muito de música, sem dúvida nenhuma, que tem um grupo de teatro e tem paixão absoluta pelo teatro, também sem dúvida nenhuma, e que, mais tarde, já era médica, esteve muito doente. Fisicamente, sou um bocadinho frágil. Foi uma doença muito grave, a qual deixou muitas sequelas e me levou a ficar internada no Hospital da Universidade de Coimbra. Aí comecei o meu primeiro livro, só nesta altura, pois dantes não tinha tempo, não tinha qualquer possibilidade de escrever. Comecei a escrever, não quando gostaria de ter começado, mas quando me foi possível começar a escrever, pois tinha, dadas as circunstâncias, algum tempo...E, depois, até há pouco tempo, tive a família sempre contra o ato da escrita e muito mais contra o ato de fazer o Lugar dos Afetos. Afinal, tinha trabalhado tanto para tirar o curso de Medicina! Gosto muito de ser médica, o que responde à primeira pergunta, mas também gosto muito de ser professora. Se tivesse de escolher entre uma e outra, eu não sei...acho que não escolhia. Gostei muito de ser professora! Ainda agora, quando os alunos me dizem "Ó professora, anda...", eles enchem o meu coração! O Lugar dos Afetos, eu não consigo vê-lo sem... música, dança, teatro, é um espaço onde cabem intervenções nessas áreas. Não consigo oferecê-las todos os dias, mas luto seriamente para haver aqui uma forma de contar as histórias, que fazem prevenção e trabalham também a área da medicina, com dança, música, teatro, ou seja, o encontro com áreas performativas.




Joana Fernandes

– Como surgiu a ideia da arquitetura das casinhas e da sua ligação aos sentimentos?

Graça Gonçalves

– Eu tinha já feito alguns trabalhos antes de começar a construir... Eu desenhei a obra durante sete anos, todos os dias, todas aquelas telhas me passaram pelas mãos. Este jogo, por exemplo, foi editado antes de existir o Lugar dos Afetos. Quando parti para a construção do Lugar dos Afetos, eu respeitei nessa construção aquilo que tinha feito a nível literário, ao nível dos jogos. Há uma coerência bastante grande entre a obra escrita, a edificada e uma nova que está a surgir...que é um trabalho muito recente, ao nível da multimédia, na construção de um Lugar dos Afetos on-line. Olho para os livros e sei...que tudo o que ganhei na vida, tudo o que construí, não teve apoio nenhum...Olho para os livros e sei dizer...por exemplo, este, "Família no Coração"… o dinheiro, que ganhei com este livro, entreguei-o para construir aquela casinha cor-de-rosa; depois, com este, comecei a alvorar a Guarida da Esperança; com outros… e o jogo consegui concluir.

Ana Brinca

– Como foi concebido este projeto? Que investimento pessoal foi necessário?

Graça Gonçalves

– O investimento pessoal é uma vida inteira. É toda uma vida! É não ter férias, não ter pessoalmente nada. Ter dado tudo o que tinha e o que não tinha. Contraí empréstimos muito sérios e tenho que os pagar, no meu nome...

Joana Fernandes

– Diga-nos como resultou o processo de erguer um sonho e como ultrapassou as dificuldades.




Graça Gonçalves

– Como vai ultrapassando, é assim que tens que dizer! O Lugar dos Afetos está vivo! Hoje em dia está tudo a fechar. Muitos espaços já fecharam, a Bracalândia, por exemplo. Não conheço outro método, haverá outros menos sofridos...o Cristiano Ronaldo nunca olhou para aqui, para apoiar, dava jeito...o Figo também dava jeito... todos esses davam jeito, mas nunca aconteceu. A nível estatal , esta fundação tem uma característica que talvez devesse ser motivo de orgulho aqui para Eixo, que é...vocês vão à net e veem... Apoio que teve esta fundação – zero euros! Como se faz isto? Eu não sei outra forma, é trabalhando. Vocês estão a ver aqui livros, jogos, mas eu não sabia que fazia móveis, têxteis, louça...eu nunca tive uns brincos, nunca, e desenhei já centenas de peças de joalharia! Eu não sei outro processo, é trabalhar muito, é a única forma e de manter isto vivo...e trabalho muito mais do que como médica, não tenho dúvida nenhuma! Não tem comparação!

Ana Brinca

– Que projetos se desenvolvem neste espaço? Quem vem cá, o que pode esperar?

Graça Gonçalves

– Olha, muito facilmente na net conseguem ver. Há lá no Lugar dos Afetos...vocês procuram obras por temas, por exemplo, querem vir cá trabalhar ou ter um encontro sobre sexualidade ou alimentação, os temas que quiserem. E, se na vossa idade se sentem aqui muito bem, também se sentem bem aqui os seniores, que não querem voltar para casa...É bonito estar aqui a escola de Eixo, porque nós temos cinco por cento de visitas de à volta de Aveiro. Noventa e cinco por cento são visitas de longe, de Albufeira, de Faro, de Bragança, de Pampilhosa da Serra, que vai na décima sétima visita, de Fátima...já compram farinha aqui ao Zé Moleiro e fazem o pãozinho em formato de coração, que eu acho uma doçura! Já vêm do estrangeiro, e quem vem, sabe ao que vem! Tem vindo muita gente de Angola, e querem respostas, por exemplo relacionadas com o jogo "Flor da Idade"...sabem exatamente ao que vêm. Há quem me procure nesta vossa área, há quem me procure porque eu desenho joalharia...há quem me procure nas áreas mais curiosas...e na cozinha, lá voltamos nós à cozinha...que é uma coisa de que eu gosto muito!


Quem vem cá o que pode esperar? O mais importante é que pense um bocadinho sobre os sentimentos e emoções e que encontre um caminho para o coração de si próprio e para o coração dos outros. Muito mais importante é que não se esqueça de transformar as mágoas, os sofrimentos em gestos de amor, o que não é nada fácil...




Joana Fernandes

– Sente-se reconhecida pelo seu trabalho?

Graça Gonçalves

– Não me preocupa nada, zero. Eu entendo que ... A nível pessoal, eu tenho este corpo e qualquer dia despirei este corpo, deixo de estar cá, mas o que interessa é o que eu deixei cá semeado. Como pessoa, eu não dou muita importância...No entanto, vou contar o que aconteceu, há poucos dias, no Lugar dos Afetos. Eu cheguei lá por volta das seis e meia da tarde e, à partida já não estaria lá ninguém e encontrei 150 coisinhas pequenininhas, aí de cinco aninhos, finalistas. Finalistas de quê? Do Jardim-escola! Ai, meu Deus, eu não sabia! Perguntei de onde eram. De Portimão! A esta hora? Então a que horas chegam a casa? Ah! Se isto é reconhecimento, é o mais importante de todos, do que todas as televisões, de que todos os jornais. Quando alguém com cinco anos se volta para mim e diz assim: " Nós andamos há anos a juntar dinheiro para vir ter com a Graça Gracinha! Vamos todos dormir a um hotel!" É uma delícia, não é? É completamente uma delícia! É claro que depois fui agradecer às professoras! Isto também acontece com muitos idosos! Aquele Esposende solidário tantas vezes que vem! O colégio Nossa Senhora do Rosário, escola que está bem colocada no ranking, semana sim, semana sim está cá. Isto como não tem dinheiro para marketing, um conta ao outro...

Ana Brinca

– Pode partilhar os projetos que tem para o futuro?


Graça Gonçalves

– No imediato, é de facto o lugar dos Afetos on-line e o Lugar dos Afetos Itinerante, que é quando não podem fazer aqui a visita, por causa das condições económicas, uma vez que algumas terras estão a grandes distâncias. Também a nível de outros países, ainda agora me foi pedido pelos responsáveis do Ministério de Educação de Moçambique, que vão cá estar amanhã, e colocaram a hipótese de haver réplicas do Lugar dos Afetos, ou parte deste Lugar, por exemplo, cadeias de...redes de jardins do Gostarzinho. Tenho ainda o projeto para ser apresentado nos Estados Unidos no dia três de Dezembro. Começa a ir por outros caminhos. Não estou nada virada para aparições pessoais, portanto eu vou por Skype... Eu voto no Skype...a sério!



Joana Fernandes

– Qual é a casinha que mais prefere?


Graça Gonçalves

– Olha, aqui estão cinco deditos. E, ainda que um seja mais tortinho, e outro mais direitinho, são os meus cinco dedos! E não me perguntes qual é o livro que eu gosto mais! Eu gosto deles com igual carinho! Aquela casinha com a qual mais me identifico, porque a minha alma vive completamente nessa área, é a casa Romance. Eu gosto muito do romance! Do romance, literalmente!

Ana Brinca

– Se pudesse escolher um afeto, qual seria o preferido?

Graça Gonçalves

– O Amor! O Amor, oh! O Amor! Sem olhar para trás! E toda a construção dele.

Joana Fernandes

– Conte-nos um episódio que a tenha marcado nesta aventura dos afetos.

Graça Gonçalves

– Há tantos, tantos! Ainda há pouco falei em transformar as mágoas em gestos de amor...Eu namorei três vezes, casei duas e estou casada pela segunda vez há vinte e oito anos. Ora, uma das vezes namorei, mas não me casei. Essa pessoa que impediu que me casasse, vem muitas vezes ao Lugar dos Afetos. Talvez tenha respondido...em transformar as mágoas em gestos de amor...Também posso contar a história de uma pessoa autista que está completamente fascinada com a forma das casinhas. Eu passei naquele caminho que vai para o "Gostarzinho" e ele cai. Não se magoou nada, mas olhou muito para mim, quando me aproximei para o auxiliar. E lá continuou, tocou nas casas e olhou muito. Quando sobe, por casualidade, eu estou muito perto do sítio onde ele volta a cair, porque estava muito entretido a ver as formas das casas e escorregou. Toca na casa e, sem uma única palavra, toca na casa, toca em mim, tira um pin que tinha do Noddy, dá-me um beijinho e oferece-me o pin. Tenho-o na minha secretária. E hei de ter sempre! Foi um gesto que me tocou muito. Ele deu-me aquilo de que mais gostava!


Ah! Temos também aqui histórias muito lindas em termos de namoro. São uma delícia! Não nos veem, não nos ouvem, estão na maior no Recanto dos Namorados, e é uma delícia! Às vezes, avisam ao que vêm, tal como pedir namoro, pedir em casamento...e então eu faço os bolinhos chamados Mimos de Ternura e escrevo no chocolate – Queres casar comigo? Casais de namorados, ui! Pedem namoro, pedem para desenhar o anel...é muito giro! E depois quando nasce o bebé...também tem direito!




Ana Brinca

– Quando era criança, qual era o seu maior sonho?

Graça Gonçalves

– Será que eu tinha hipóteses de ter sonhos, com uma infância tão difícil? Devia ter, calculo que sim! Sem dúvida nenhuma, era encontrar um caminho para a felicidade. Com a infância que eu tive, tão cheia de desafeto, a resposta só pode ser esta. Deve ser encontrar na infância uma forma de transformar o desafeto em afeto e, portanto, o desamor em amor. Mais tarde, aos catorze ou quinze anos, lembro-me de uma coisa curiosa: eu comprei este terreno, que, apesar de estar ao lado da minha casa, eu tive que o comprar, porque quando os meus pais se separaram, eu vim para casa dos meus avós, que é esta casa que está aqui ao lado quase a cair; e, portanto, eu fui criada no sítio onde se encontra hoje o Lugar dos Afetos. Lembro-me que a minha avó tinha o carinho de cultivar flores por tudo quanto era canto. Fazia um canteirinho aqui, outro ali e dizia-me... para semear. Eu respondia assim: "Avó, um dia, se eu semear, é o riso das crianças por aqui!". Não só semeei o riso das crianças, como o dos adultos, por aqui. Eu cumpri! Eu cumpri o sonho, e na terra que era deles. Hoje, a minha mãe e a minha avó estão no cemitério e devem pensar: "No que esta miúda se meteu!" Como dizia o meu empreiteiro, e muito bem: "Ai, Senhora Doutora! Podia ter uma vida tão boa!" Todos os dias me dizia isso de manhã. Todos os dias!

Joana Fernandes

– Qual o seu lema de vida?




Graça Gonçalves

– Sem dúvida, transformar as mágoas em gestos de amor. E é mais feliz quem mais ama, acreditem! Tenho muitas dificuldades para manter o Lugar dos Afetos, mas tenho uma enorme paz, e uma harmonia construída, e uma felicidade construída. Não é por acaso, por isso digo construída.

Ana Brinca

– Que conselho poderia dar aos jovens?

Graça Gonçalves

– Não sei se dou conselhos. Vocês também me podem dar conselhos. O que é que eu posso partilhar com os jovens? De tudo, de tudo, porque o caixão não tem gaveta, façam de tudo para amar e serem amados. Não é fácil, é um caminho que não é fácil, mas vocês leram na porta de uma das casas: "Só se aprende a amar, amando." O amor perfeito não existe, mas é também na sua imperfeição que se vai construindo a felicidade. Não é conselho, é partida. Vão, sem dúvida nenhuma, na construção do amor. De forma objetiva, no dia-a-dia. Vou dar um exemplo muito prático: alguém fez uma coisa de que eu gostei menos… e as cento e tal mil coisas de que eu gostei? Então, talvez seja melhor eu focar-me nas coisas de que gostei e esquecer aquilo que foi menos bom. Esse é um exercício que eu faço na minha vida, a todos os níveis. Desta conversa que saia isto, não me lembro de condenar, de dizer "esta pessoa é má". Ainda que tenha feito atos de sei lá o quê! Eu acho que todas as pessoas têm atos menos bons, não quer dizer que sejam más. Uma pessoa pode ter uma atitude má, que magoou, mas não quer dizer que seja má, pois tem muito mais lá dentro do que esse ato mau. Por exemplo, eu dei muitas consultas a toxicodependentes, mas um toxicodependente não é só isso. Para além de toxicodependente, ele é, se calhar, músico, ou então é uma pessoa que tem coisas boas lá dentro... É um pouco difícil, mas fiz-me entender?

Joana Fernandes

– Quando não está a trabalhar, o que gosta mais de fazer?

Graça Gonçalves

– Só trabalho, minha querida. Gostava de descansar, mas não me permito fazer isso, pelo menos nesta fase. Se eu tivesse esse tempo, gostava de ler, ler, ler...adoro ler, é vício. Gosto de ler, de sentir a terra, o silêncio, sou uma pessoa do silêncio, mas gosto é de ler.

Ana Brinca

– Agradecemos novamente os preciosos minutos que nos concedeu e que forma como uma prenda de afetos para nós. Aproveitamos para lhe desejar sucesso e todo o reconhecimento merecido. Obrigada.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dia Internacional da Pessoa com deficiencia

Se um lugar não permitir o acesso a todas as pessoas, esse lugar é deficiente!
                                                                                         
                                                                                                Marcos Meier

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Receitas Tradicionais De Natal


Uma receita para adoçar a boca...

Bolo de Família
(Ilha da Madeira)
Ingredientes:

1 kg de farinha
1 kg de açúcar
250 g de manteiga
60 g de banha
raspa da casca de 1 limão
1 pacote de bicarbonato de sódio (15 g)
6 ovos
2 colheres de chá de canela
1 litro de leite
8 colheres de sopa de melaço
passas, cidra cristalizada picada e nozes picadas a gosto

Preparação:

Batem-se bem todos os ingredientes e deita-se a massa em formas redondas forradas com papel vegetal e untadas. Levam-se a cozer em forno bem quente. O forno será mais ou menos quente conforme o tamanho dos bolos: quanto mais pequenos mais quente.

Nota: Para serem comidos aguarda-se pelo menos 3 semanas.

Um filme para as férias!

O Estranho Mundo de Jack

Jack Skellington, o rei do halloween, decide espalhar a alegria do Natal por todo o mundo, mas sua bem-intencionada missão acaba deixando o Pai Natal em perigo e cria um pesadelo para as crianças do mundo inteiro. Escrito por Tim Burton.

O Natal das Bruxas

No castelo tenebroso, estava um ambiente de cortar à faca! As três bruxas não faziam outra coisa senão resmungar, lamentar-se e dar largas à fúria, com pontapés nos gatos e vassouradas nos morcegos.
- Não há dúvida! - berrava a mais velha. - Vivemos aqui há séculos e nunca o Pai Natal se lembrou de nós!
- Nunca, por nunca ser, tivemos um presente no sapatinho!
- No sapatinho? Tu queres dizer “no sapatão”. Ora, olha bem para o tamanho do teu pé. Calças para aí o quarenta e quatro – respondeu-lhe a irmã mais nova, cheia de maldade, ou não se chamasse ela Rosa Maldosa.
Ao ouvir aquilo, Rita Maldita saltou de trás do caldeirão onde borbulhavam poções maléficas e deu-lhe um estalo.
- Toma que é para aprenderes. Já sabes que não tolero que falem do tamanho dos meus pés!
A outra não se ficou e puxou-lhe os cabelos com toda a força. Seguiu-se uma das cenas habituais. Faísca daqui, faísca de acolá, bombardearam-se com doses maciças de choques eléctricos e insultos da pior espécie.
- És horrorosa, Rosa Maldosa!
- E tu nem chegas a ser parva... és parvalhita, Rita Maldita!
A irmã do meio assistia, abanando a cabeça com visível enfado. Como é que haviam de ter presentes, se se portavam daquela maneira? Brigas constantes afugentavam qualquer Pai Natal bem intencionado. Gostaria de lhes fazer ver que assim não ganhavam nada. Mas sabendo que qualquer argumento seria inútil, agiu à sua maneira: puxou a corrente que segurava o caldeirão e, com um gesto seco e firme, plof!, despejou-lhes o líquido verde em cima.
- Ai!! - berravam ambas, enquanto sacudiam a roupa encharcada em óleo e enxofre repletos de rabos de lagarto e pernas de rã. - Destruíste a nossa poção mágica!
- Claro que destruí! Vocês já sabem como eu sou!
- Sabemos, sim, Conceição Maldição! Nenhum outro nome te assentaria melhor.
Se não fossem bruxas, a zanga acabava de outra forma. Mas eram. E não há nada mais estimulante para uma bruxa do que um banho malcheiroso e a escaldar. As duas irmãs ainda não se tinham desembaraçado da mistela pegajosa, já engendravam planos formidáveis, que a outra aceitou com grande entusiasmo.
- Vamos ao Pólo Norte dizer umas verdades ao Pai Natal!
- Boa ideia!
- Eu cá não saio do armazém sem escolher um presentão. E quero-o embrulhado num papel bonito.
- E laço de cor viva!
- Pois. E cartãozinho com o nome escrito ...
-Sim, sim!
-Hi! Hi! Hi!
Num ápice, foram ao baú onde guardavam as casacas de toupeira para ocasiões muito especiais e agasalharam-se. Não era preciso deitarem-se a adivinhar. Sabiam que o vento daquelas bandas era gélido!
Depois assobiaram para chamar as vassouras, montaram e lá foram pela janela fora! Nenhuma confessou, mas iam radiantes!
A viagem foi mais rápida do que esperavam, porque o tal vento gélido soprava de feição. E não lhes custou nada darem com o sítio, pois o armazém dos presentes erguia-se na ala de um bosque magnífico, em que todas as árvores eram árvores de Natal. E cada uma mais bonita do que a outra! Bolas, laços, fios, chocolates, tudo pendurado com gosto e requinte. Havia também luzinhas de cores diferentes, umas fixas, outras a piscar, como
nos aeroportos. Aterraram portanto sem dificuldade e foram entrando sem pedir licença.
O Pai Natal, coitado, quando as viu pela frente teve um baque. Que lhe quereriam aquelas três loucas? O mais certo era virem empatá-lo e o pior é que já só tinha uma semana para organizar os lotes das prendas. Tentou encontrar uma boa desculpa para as mandar embora, mas elas não lhe deram tempo e desataram numa gritaria infernal.
- Viemos protestar!
- Exigimos justiça!
- Nós também temos direito. Queremos prendas!
- Prendas como as outras pessoas!
- Não temos culpa de sermos bruxas.
- Nascemos assim, temos que fazer maldades.
- Foi por isso mesmo que nos deram estes nomes começados por mal: Maldosa, Maldita, Maldição!
O pobre velhote deitou as mãos à cabeça. Que havia de fazer para se ver livre delas?
- Vocês sabem muito bem que não posso dar presentes a quem faz patifarias - arriscou com voz débil.
A resposta veio sem frases que se atropelavam num frenesim:
- Patifarias? Patifarias não!
- Asneiras! Pequenos disparates como toda a gente.
- Claro! Somos bruxas, fazemos bruxarias.
- Tudo coisas sem importância: poções para tornar amargo qualquer doce, pozinhos para as crianças poderem arreliar as pessoas mais velhas ou xaropes para as pessoas mais velhas obrigarem os mais novos a irem para a cama.
- Só usamos produtos de primeira qualidade! Unhas de dragão, patas de morcego, asas  de mosca ...
- Ou de vespa!
- É verdade, já me esquecia - disse Rosa Maldosa como quem cai em si. - Onde é que vocês puseram o meu frasco de asas de vespa?
- Não sei. Eu não mexo nas tuas coisas.
- Nem eu.
- Mexem sim, mentirosas! Não posso ter nada que vocês não gastem. E nem sequer pedem autorização!
Receando que discutissem toda a noite, o Pai Natal ordenou:
- Calem-se! Se não se calarem imediatamente garanto-vos que nunca na vida hão-de receber um presente.
A ameaça funcionou. Muito juntas foram-se chegando para ele. Pela conversa, pareceu-lhes que encarava a hipótese de as presentear.
- Vão-se embora - pediu o Pai Natal, agora mais calmo. Deixem-me trabalhar sossegado.
Não prometera nada, mas havia qualquer coisa no tom de voz que lhes deu esperança. Esperança de ver um daqueles lindos embrulhos cair pela chaminé.
Abandonaram então os modos agressivos, despediram-se e retomaram viagem.
De regresso ao castelo tenebroso, lembraram-se que as vassouras podiam ser usadas para outros fins que não o voo e, pela primeira vez em séculos, limparam teias de aranha, caganitas de rato e camadas de pó acumulado nos cantos, pondo grande esmero nas pedras da chaminé que ficaram rebrilhando sem uma ponta de fuligem. Depois, que longa espera! Nunca mais chegava a noite de Natal. Nunca mais chegava a hora de saber se desta vez, sim, seriam contempladas. Mas valeu a penal Era meia-noite em ponto quando ouviram uma restolhada sobre as telhas. Pé ante pé foram espreitar e, oh! maravilha! as renas lá iam deslizando pelo céu ao som dos guizos que tilintavam.
Do Pai Natal só se via a silhueta gorda e o bafo de vapor provocado pelas risadas alegres de quem está satisfeito com a sua missão. Na chaminé desciam lentamente três embrulhos, tão lindos como nunca tinham visto outros!
Ansiosas, precipitaram-se para saber qual era o seu. E o coração derreteu-se-lhes quando deram com os olhos nos cartõezinhos:
- Oh! Já viste o que o Pai Natal escreveu?
- Que querido!
- Adoro o Pai Natal!
- É o velho mais simpático do universo!
A alegria tinha razão de ser. O Pai Natal, em vez de usar os nomes delas, escolhera outros mais a seu gosto: Rita Bonita, Rosa Cheirosa, Conceição Bom-Coração.
Nunca ninguém lhes tinha chamado assim e sentiram-se tão felizes que, por um momento, desejaram proceder como o Pai Natal, apeteceu-lhes alterar as coisas, substituir malefícios por benefícios, enfim, apeteceu-lhes deixar de ser bruxas.
Mas quem é que pode fugir ao seu destino?
Ainda não tinha batido a uma hora, já andavam à bulha com inveja do presente das irmãs.
 
                                                   Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, O Natal das Bruxas

 

 

Uma carta ao Pai Natal


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência

 

 


O Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência comemora-se a 3 de dezembro e é uma data promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos inerentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspeto da vida política, social, económica e cultural.
Por isso, já sabes que devemos respeitar todas as pessoas, independentemente das diferenças que tenham.